terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Augusto de Campos e Julio Plaza

Caixa Preta, 1975.
Cubogramas, 1975.

Código, 1973.

O quasar, 1973.

Tudo está dito, 1974.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Marcel Broodthaers - A Voyage on the North Sea

Marcel Broodthaers, stills do vídeo A Voyage on the North Sea, 1973-74.

Um trabalho híbrido entre livro e vídeo.



Indicação de leitura: Voyage on the North Sea: Art in the Age of Post-Medium Condition, de Rosalind Krauss. Sinopse aqui.


Trecho do capítulo Qu'est-ce qu'un livre d'artiste? (O que é um livro de artista?), que integra a publicação Esthétique du livre d'artiste (1997), de Anne Moeglin-Delcroix:

"Un voyage en mer du Nord (Uma viagem no mar do norte) é construído a partir de duas imagens: a fotografia de um veleiro contemporâneo no mar e a reprodução de um quadro representando um barco a velas do século passado. Primeiro motivo de assombro e o motivo de estranhamento, a imagem do barco “real” está em preto e branco, enquanto que o veleiro pintado é mostrado em cores, ganhando assim em realidade. Uma inversão análoga diz respeito ao movimento suposto das embarcações. As fotografias do barco moderno, aparentemente idênticas, abrem e fecham o livro, sobre uma dupla página que retorna ela também duas vezes à mesma imagem, sugerindo ao leitor que entre começo e fim ele não avançou e que nada aconteceu. Com um olhar atento, entretanto, alguns minúsculos indícios revelam que a embarcação mudou de lugar e que no fim ela se aproxima de uma costa. O veleiro imóvel, pois, em realidade progrediu.

O barco pintado, ao contrário, pela magia de um corte e de uma montagem de imagens de inspiração cinematográfica, dá a ilusão de avançar a toda vela. Por outro lado, fotografias de fragmentos do quadro isolam motivos secundários, tais como remadores em um barco, ondas e nuvens, ou fazem aparecer em grande plano os empastamentos coloridos da matéria pictórica. Assim nasce a idéia de que o pretenso Un voyage en mer du Nord é na realidade um circuito ao interior de um quadro, do tipo destes os quais uma conferência traçaria o itinerário visual, guiando o olhar com a ajuda do encadeamento das reproduções, esmiuçadas por algumas paradas sobre detalhes significativos. Esta “viagem da história da arte” faz assim descobrir em um quadro medíocre “silhuetas maneiristas de um barco a remo, sobre ondas a La Turner e sob céus impressionistas[1]”. A viagem não é a de um barco, seja moderno ou antigo, fotografado ou pintado, mas a viagem imóvel do olhar, lançado em aventuras inesperadas por um percurso do quadro cujo livro trama a lógica."

[1] Pat Gilmour, "Marcel Broodthaers", in Marcel Broodthaers. Books, Editions, Filmes, 1977.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Paulo Bruscky

Paulo Bruscky, Economia política, 1990.

Lygia Clark

Lygia Clark, Bicho de bolso, 1966.

Anselm Kiefer

Documenta 3, 2007, Paris, França.

Hélio Oiticica

Hélio Oiticica, Seja marginal, seja herói, 1968.

Joseph Beuys

Joseph Beuys, Evervess II, 1968.

Mel Bochner

Mel Bochner, Language is not transparent, 1970

transparent, 1970.

George Brecht e seus eventos-partitura

Three aqueous events, 1961.

Chair event, 1961.

Two vehicle events, 1961.

Joseph Kosuth

Estandartes de Artur Bispo do Rosário




"Serão livros os estandartes de Bispo? Folheamos os livros-estandartes como se caminhássemos por mapas narrativos, colinas de histórias, mar de signos e palavras. Folheamos arquiteturas e geografias e cartas náuticas e territórios. Folheamos esses livros-espaço como se ouvíssemos histórias narradas, descrições orais de lugares . Como relatos, os estandartes de Bispo “[...] atravessam e organizam lugares; eles os selecionam e os reúnem num só conjunto; deles fazem frases e itinerários. São percursos de espaços.”[1] Permitem que mantenhamo-nos em intenso trânsito, compartilhando com o artista seu desejo de registrar os itinerários do mundo. Seriam diários de marcha? Inventários de tudo que foi visto, como uma compulsão pelo registro.

As histórias narradas em um dos estandartes, seriam as mesmas histórias afixadas em outro? Ou seriam desdobramentos de uma única história? A história do mundo: “Quando eu subir, os céus se abrirão e vai recomeçar a contagem do mundo. Vou nessa nave, com esse manto e essas miniaturas que representam a existência. Vou me apresentar.”[2] Como numa preparação para o Juízo Final.

Como num virar de páginas, observar esses estandartes-livros tem uma dimensão temporal pungente e definitiva: o todo é feito de partições-páginas que demandam tempo de percurso. Colocados no espaço, pendurados, instalados, lado a lado ou em seqüência, reafirmam sua temporalidade e fisicalidade, e revelam no observador-leitor seu tempo, seu espaço e seu corpo."

Notas
[1] Michel de Certeau, A invenção do cotidiano, 1994, p. 199.
[2] Luciana Hidalgo, Arthur Bispo do Rosário: o senhor do labirinto, 1996, p. 185.


Márcia Sousa, trecho de artigo.